Sempre que um pet precisa ser anestesiado, seja para um exame ou cirurgia, normalmente nos preocupamos com a escolha de um bom cirurgião e com os resultados dos exames. Mas e a tal da anestesia para animais: você se preocupa, entende os tipos, riscos e vantagens de cada uma?
Nesse post vamos entender como funciona o mundo das anestesias, com o apoio da médica veterinária Dra. Bárbara de Paula, que é especialista em anestesia animal. Vamos lá?
O que é uma anestesia veterinária?
A anestesia é um procedimento veterinário utilizado quando é preciso levar o animal a total inconsciência promovendo criterioso controle de dor ao animal. Isso é possível a partir do uso de medicamentos sedativos que induzem o animal ao relaxamento profundo.
Segundo a Dra. Bárbara, “a anestesia é utilizada para que o animal possa ser submetido a procedimentos invasivos e dolorosos, com tranquilidade, segurança e bem-estar. Ou até mesmo procedimentos não invasivos, mas, que provocar desconforto ou que seja necessário que o animal fique imóvel por um período de tempo.”
Pode ser o caso de exames de imagem até simples, mas que exigem precisão e uma posição desconfortável como Raio X e Ultrassom Abdominal, e essencial para cirurgias de todos os portes.
Como funciona a anestesia para animais?
O processo anestésico funciona de formas diferentes de acordo com o tipo de anestesia escolhida para o procedimento. Contudo de forma geral, a sedação do animal passa por 4 fases gerais para que o processo funcione bem para a saúde física e psicológica do animal:
- O veterinário vai pedir uma série de exames prévios para avaliar a saúde do animal, contando hemograma completo que inclui funções renais e hepáticas, além de exames cardíacos como eletrocardiograma e até o ecocardiograma em alguns casos. Isso porque os exames mostram um mapa da saúde do animal e permitem que o veterinário anestesista escolha os melhores fármacos para promover a anestesia e analgesia no animal, evitando colocar sua saúde em risco.
- O segundo passo é uma conversa com o tutor, no dia do procedimento, para entender sobre a saúde, comportamento do animal, explicar sobre todo o procedimento, a escolha do tipo de anestesia para animais e deixar o tutor tranquilo para o procedimento e ciente das escolhas feitas e dos riscos também.
- Com tudo acertado entre as partes, o animal recebe o pré-anestésico. “A medicação pré-anestésica, tem como principais objetivos conferir ao paciente, tranquilização, sedação e analgesia, para que o paciente seja direcionado ao local do procedimento com menos estresse e ansiedade, o que contribui para uma melhor anestesia e recuperação.” – dra. Bárbara de Paula
- Por fim, com o pet já bem tranquilo e sonolento, a anestesia de fato é inserida já na sala de procedimento.
Quais os tipos de anestésico veterinário?
Existem 3 tipos de anestésicos veterinários possíveis, mas normalmente quando falamos de cães e gatos é mais comum o uso de anestesia para animais injetáveis e inalatória. Contudo, ainda existe a Anestesia Parcial Intravenosa. Mas qual a diferença?
- A Anestesia Intravenosa, ou Anestesia Injetável, não polui o ambiente e ainda entrega ótima estabilidade do animal, evitando muitas alterações de parâmetros, como pressão arterial, durante o procedimento.
- A Anestesia para Animais Inalatória, permite que o animal volte do estado sedativo mais rápido e facilita o trabalho do veterinário anestesista para ajustar o grau de anestesia e analgesia do animal durante o procedimento, bem como controle dos parâmetros. Isso porque ela é inalada e permite a alteração do que o pet recebe de fármaco de forma simples, regulando a profundidade anestésica durante o procedimento.
- Por fim, a Anestesia Parcial Intravenosa é um mix das duas anteriores, por isso chamada de ‘parcial’. Ela tem parte intravenosa e parte inalatória. “Dessa maneira, conseguimos utilizar o mínimo possível de cada fármaco, reduzindo efeitos adversos de cada um, visando uma melhor recuperação anestésica para o animal.” – explica a dra. Bárbara.
De modo geral, quem escolhe o método anestésico é o médico veterinário anestesista responsável, que vai avaliar os exames, a saúde geral clínica do paciente e determinar a composição de fármacos e o método a ser utilizado, sempre explicando para o tutor a sua decisão.
Riscos da Anestesia e Prevenções
Assim como acontece com os humanos, as anestesias para animais conferem riscos diversos também. Por isso é tão importante que o tutor entenda a importância dos exames pré-operatórios e também dos check-ups de rotina, pois nunca se sabe quando teremos uma emergência e, então, ter exames recentes pode ajudar muito o veterinário a entender a melhor forma de anestesiar e cuidar do animal.
Mas quais são esses riscos? Depende da anestesia, por exemplo:
“A anestesia total intravenosa, não seria recomendada para pacientes que possuem disfunção hepática, por exemplo, pois a metabolização do principal fármaco utilizado ficaria comprometida, levando a um tempo de recuperação muito maior. “ – Dra. Bárbara de Paula
Mas não só do fármaco e do método anestésico estão associados os riscos. A dra. Bárbara nos explicou que “todo e qualquer procedimento, onde haja a necessidade de deprimir parcial ou totalmente a consciência do paciente, seja através de, tranquilização, sedação ou anestesia geral, possui riscos. O risco anestésico será maior, diante das particularidades de cada paciente, como o histórico clínico e comorbidades de cada um.”.
Mas os riscos podem ser minimizados fazendo-se exames prévios do procedimento e escolhendo uma dupla de profissionais bem capacitada, entre o veterinário responsável pelo procedimento (seja ele para exames ou cirurgia) e o anestesista escolhido.
E o seu pet já fez algum procedimento com anestesia? Você sabia de todos esses detalhes na época? Comente aqui.